Por Maria João Faria

Numa época em que Portugal e o mundo atravessa a maior crise dos últimos 100 anos, devido à COVID-19, no mês em que Portugal também celebra 46 anos de democracia e liberdade, torna-se importante refletirmos algumas questões relativamente à liberdade dos nossos dias.

Em 46 anos, o nosso Portugal mudou. Mudaram-se hábitos, mentalidades e com a globalização o mundo também sofreu mutações. A liberdade que conquistamos há 46 anos, é vivida e sentida de forma diferente. Esta questão torna-se ambígua, pois, por um lado, não valorizamos a liberdade de igual modo como foi valorizada há 46 anos e que é tão importante para qualquer ser humano. Temos vindo a viver a liberdade (até à situação atual do COVID-19) de uma forma exagerada e não ponderada, acabando por se considerar uma liberdade sem limites, pondo em causa a liberdade do outro.

Por outro lado, temos vivido uma liberdade condicionada, uma liberdade que parece uma prisão. Esta perspetiva relaciona-se com o facto de sermos diariamente manipulados e controlados de forma subtil ou muitas vezes descarada, por parte dos nossos governantes e da comunicação social. Estas não demonstram qualquer respeito pela privacidade e liberdade dos cidadãos. Remetendo agora a perspetiva da liberdade a nível mundial, a situação da manipulação e controlo é semelhante pois é usada no resto do mundo. Vivemos nos últimos uma grave crise relativamente a esta questão. Refiro-me aos milhões de refugiados que perderam a sua liberdade, os seus direitos como seres humanos. Afinal, num mundo tão globalizado, informado, que se diz evoluído, é esta a nossa escolha?

Repensemos a nossa atitude como cidadãos! Comecemos por reivindicar os nossos direitos e as injustiças que acontecem diariamente, seja a nível local, com os nossos, seja a nível mundial. Não nos esqueçamos que somos seres humanos com direitos e deveres, mas acima de tudo somos todos iguais e a liberdade é um direito nosso!